quinta-feira, 30 de dezembro de 2010


Em meio à tudo, ali estava, teu olhar
Foi ele minha perdição
Nele adentrei de forma tal que pude contemplar o infinito
Por teu reflexo, li minh’alma
Constatei em meio à escuridão que enleava
Uma pequena partícula coruscante, ínfima em seu cintilar
Bradava relutante, de forma a não ceder ao que sobejava
Tamanha foi a espera para destino tão lúgubre
Tão logo os Céus presenteavam-me com majestoso sentimento
De pronto abjuravam sua celebração
De pronto afastavam-me de ti
E a princípio, a chama incandescente que era alento
Subjuga-me de forma a nutrir o pretume
E ter de aceitar que o melhor em minha essência
Encontra-se nas profundezas abissais da qual não sairei incólume
Teu olhar

Lucas Borges - Teu olhar