segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Confia



Na tua voz, no teu sorriso

As coisas belas da vida residem

No teu olhar, minha intenção

Debruço-me e luto contra a vertigem

Um precipício, uma vida, um pulo

A dúvida derrama em copo vazio

Uma reação, um preço, eu nulo

O sentimento foge de todo esguio

Sim, há de se temer pelo futuro

Muitos temem por olhar para trás

E enxergar nas escolhas um lugar escuro

Sem um porto seguro que te traga a paz

Se o inverno mostrar-se demasiado duro

Se o futuro tornar-se de fato sombrio

Confia... Segue teu rumo

Vai, que daqui te vigio

Eu juro.

Lucas Borges C. Oliveira

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Labirinto



Sinto me perder a cada passo neste labirinto
A cada pensamento, adentro-me em suas possibilidades
Erros tolos cometidos, mágoas tatuaram tua carne
Lagrimas correram vivas em teu rosto, o perdão viera tarde
De todos os sorrisos que cativei, nenhum se compara ao teu
Bem como a tristeza abissal que me engole neste momento
Sou nau à deriva, de tudo o que era meu
A cada escolha outro caminho, só acompanha-me o tormento
As paredes encolhem, os medos engolem
O que faz-me resistir, a lembrança é o que me resta
Enquanto as nuvens chovem, as saídas se movem
E observa-me definhar, é o brio em festa
Como haverá de ser então, Carrasco e Coração?
Não percebes que se cá estou a enfrentar meus conflitos
É por acreditar que não, lutarei em vão...
Se me vês e sente, estás a percorrer o mesmo labirinto.


Lucas Borges C. Oliveira

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Abismo



Somos esse abismo todo

De desejos não saciados

Da vontade reprimida

de beijos demorados

De verdades escondidas

De olhares tristes

De fugas covardes

De orgulho em riste

De seres incapazes

em ficar defronte

E acabar com o jogo

Mas não somos ponte

Somos esse abismo todo.


Lucas Borges C. Oliveira