sábado, 19 de julho de 2008

Primeiros passos



Até quando vai o orgulho de um homem?

Espere. Deixe-me refazer a pergunta.

Até que ponto um homem abdica de seu amor próprio, para alcançar um sentimento maior?
Todos tem um limite. Alguns possuem mais fé no sentimento que carregam em si, outros pensam que deram o seu melhor.

Mas fato é que todos uma hora desistem.

O primeiro passo.

Quantos primeiros passos um homem consegue dar?
Quantas tentativas um homem consegue fazer?
Existe mesmo vitória quando "se vence pelo cansaço"? Ou sente-se um amargor imerso nesta sensação?

Penso que a grande verdade sobre as mulheres é que elas sempre querem o que não podem ter. E muito provavelmente esta regra aplica-se aos homens também.

Também gosto de desafios. Mas hoje as pessoas não conseguem separar o desafio do jogo.

E todos se viciam. E apostam alto. E perdem.

Perdem em tantas coisas, que nem chegam a darem conta do que perderam.

Talvez perderam uma grande amizade.
Talvez perderam aprendizados que levariam por toda a vida.
Talvez perderam beijos e momentos inesquecíveis.
E em algumas ocasiões... perde-se tudo isto.
Talvez perderam o amor de suas vidas.

E é quando se dá o primeiro passo em direção contrária, virando-se as costas com o sentimento de como teria sido. Mas a grande questão é saber que não fostes o culpado por não ter dado certo. Talvez não haja culpado algum.

"E eu vejo aquela chama na vela, do lado de fora da janela
Lutando para viver em meio às rajadas de vento
Com fé de que seu esforço traz algum alento
Saber que lutou até o último momento

Ela olha para mim como se pedisse minha mão
Para que ela crescesse e me aquecesse
Ganhasse vida e se fortalecesse
E derretesse o gelo do meu coração

Mas lá fora está frio, não irei me arriscar
Pois já vejo o pavio prestes a sucumbir
E se essa chama que ajudarei a resistir
For a mesma chama que irá me queimar?

Enquanto decide-se o melhor a ser feito
A chama encontra o seu limite
Dando um último sopro no peito
A vela se apaga. A chama desiste."


E o que resta... são somente as pegadas...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Líderes




Somos cerca de 6 bilhões de pessoas no mundo. É muita coisa. E eu não sei o que seria pior: Um mundo onde cada pessoa é sua própria estrutura, sem governo, sem hierarquias. Talvez as pessoas se respeitassem mais por isso. Não possuir ninguém acima de ninguém. Ou talvez, seria um caos. Todos querendo ficar acima de todos. Até mesmo porque, a raça humana é ambiciosa. Ou então, um mundo governado por poucas pessoas como é o nosso mundo hoje. Mas a questão é que... somos 6 bilhões de pessoas e crescendo. É muita coisa. É muita gente pra olhar. Então estes ditos governantes, para que possam se afirmar como tais, usam de violência em certas ocasiões. Ou então, olham somente para aquelas pessoas mais próximas, que tem mais coisas em comum e as beneficiam e deixam outras lutarem sozinhas sem nenhum tipo de ajuda contra tudo e contra todos.

Tudo isso é ruim. É realmente péssimo! Mas o que mais me preocupa, é que pelo menos metade destes governantes - e olhe que estou sendo elegante nesta afirmação - não são líderes natos. Não sabem o que é liderança. Confundem liderar com ordenar. Pensam que podem comprar uma liderança. É assustador. O líder de uma tropa caminha junto com os outros soldados, como fazia Che Guevara, como fazia Giuseppe Garibaldi. Os soldados confiavam plenamente em suas convicções e entregavam-se de corpo e alma aos objetivos traçados pelo líder.

Vejo que é isso que falta não só no Brasil, mas no contexto político mundial. Líderes bem intencionados para que os "soldados" entreguem-se de corpo e alma aos objetivos traçados. Objetivos que tenham como finalidade o bem estar da nação e não somente o crescimento econômico, ou aumento do PIB. Objetivos que coloquem em foco a Educação e investimentos para a Tecnologia, seja essa de informação, espacial, ou seja lá o que for. Que os objetivos tenham como prioridade a saúde da população. Profissionais bem treinados e com condições de exercerem suas habilidades. Hospitais com mais recursos e capacidade. Cidades mais bem planejadas. Investimento para que se desenvolva meios de produção menos poluentes. Pois afinal de contas, de que adianta termos um PIB gigantesco e não termos água para bebermos? Ou não termos alimentos suficientes para que possamos sobrevivermos?

Não precisamos de economistas no poder. De advogados no poder. De engenheiros ou até mesmo de sociólogos. Precisamos acima de tudo de um líder, capaz de nos guiar para um verdadeira melhoria. Qualidade de vida.

Precisamos de pessoas que usem a razão de mãos dadas ao coração. Mas que saiba desfazer-se de um ou de outro nos momentos críticos. Precisamos de líderes e não de pessoas que dão esmola à nação e que as deixem ficar acomodadas.

Precisamos de líderes.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

...




"E eu a vejo caminhando em meio às rosas do jardim.
Quando as pétalas Vermelhas encontram o Azul do céu.
E sinto-me atingido por flechas de um Querubim.
Mas não vejo as lágrimas que escorrem por detrás do véu.

E insiste em dizer que está bem
Embora seus olhos transpareçam tristeza
Tão distantes à procura de alguém
Que deu forças à sua fraqueza

E fala das coisas como se soubesse o que diz
Repleta de boas intenções e pensamento admirável
Fala do amor, mas esconde sua cicatriz
E não condiz, quando finge evitar o inevitável

Mas me tem sempre que sorri
E de nada vale meu escudo
Que me protege do que já senti
Mas que também me afasta de tudo

Há quem diga que isso é maior
Que é coisa de outra vida
Há quem diga que é Si menor
Dedilhando uma cantiga

Ou apenas uma rede na varanda
Esperando o sol se pôr
Abraçados em uma canga
Só eu, você e nosso amor." - Lucas Borges

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Claridade

Claridade
Adaptação da letra "Clarity" de John Mayer
(Lucas Borges Carmo de Oliveira)

Me preocupo
Eu me preocupo com você
Me pergunto
Se é mesmo você

Um momento
Um sentimento de necessidade
Que preenche o meu escuro
Você é minha claridade

Ah uuuh

Entre tantas possibilidades
Aconteceu logo com você
Como a lei da gravidade
Fui atraído pra você
O que fazer?

Ah uuuh

E agora eu tento esconder
O que me ilumina
E agora eu tento esconder
O que me domina

Eu tento resistir
Mas eu me pergunto
Pra que resistir a uma coisa
Que me faz bem

E quando penso que eu te esqueci
Você me olha de um jeito que me faz sorrir
O que eu fiz já não foi suficiente pra provar?
Que sem você não dá, não consigo me iluminar

Ah uuuh

Vou caminhando pelo escuro
Claridade que eu presumo
Meu supra-sumo
Ser

E agora eu tento esconder
O que me ilumina
E agora eu tento esconder
O que me domina
E me domina

E eu tento esquecer
O que me assassina
E tento absorver
O que a vida me ensina



domingo, 6 de julho de 2008

A fagulha inicial

Eu não sou o tipo de compositor que para e pensa: "Vou sentar aqui e fazer uma música". Não é bem assim que funciona comigo. Claro que às vezes eu me forço a fazer isso senão uma música fica inacabada, parada sem mexer por dias, meses. E ainda tenho várias neste estado. Mas para um compositor, o elixir da sensação de escrever é quando simplesmente tudo vem na sua cabeça de uma hora para outra. Quando você se pega pensando em alguém, ou em um acontecimento da sua vida que sempre te faz rir. São as pequenas emoções. Um sorriso escondido, um olhar, um "dar as mãos", uma voz, um perfume. São os pequenos detalhes que transbordam o maior dos sentimentos. E são os pequenos detalhes que sempre são a fagulha inicial do meu processo de criação. E quando tudo flui, que em questão de minutos você escreve um sentimento tão forte de uma forma tão bonita e limpa, é como se tudo fosse mágico. Surreal.

Gosto também de tentar captar da música de outros compositores o sentimento imerso dentro dela. Pois música, na maior parte, é feita com o mais puro sentimento do ser humano. E é por isso que gostamos tanto. As pessoas se enxergam nela, confortam-se, correspondem-se. E isso é o mais sublime de toda a história. Se você prestar bem atenção, você consegue captar a essência da música. Seja em Miles Davis ou Caetano Veloso. Seja em Ben Harper ou Tupac Shakur. Qualquer seja o estilo, uma coisa é fato: Quando a música é feita com o coração, você consegue senti-la tocar sua alma. E é por isso que eu não gosto de usar tanto minha razão em prol da Arte. Pois acho que Arte em si, é feita com o que temos de melhor. É feita com, acima de tudo, muito amor.

sábado, 5 de julho de 2008

Hora de partir...


Ultimamente eu estou querendo partir...
Ir embora de tudo... pra bem longe.

Longe do stress caótico e poluição da cidade, longe da pressão cotidiana do trabalho, longe da pressão cotidiana da família.

Mas principalmente, longe de mim. Longe dos pensamentos que logo cedo já começam a me torturar. Ir embora para bem longe da incógnita que se encontra a minha vida. Fugir para bem longe do que me atormenta e rezar para que não tenha me seguido. E quando falo de ir embora, de partir, eu não falo de férias de 15 ou 30 dias. Falo do tempo que eu precisar, para voltar em paz comigo mesmo. Seja 10 dias ou 1 ano. Seja nunca. Às vezes olho ao meu redor e não consigo me compreender nessa realidade em que vivo. Sinto que estou reservado para uma coisa diferente. Não sei se pior, ou se melhor. Mas todos queremos o melhor para nós.

E eu estou achando que o melhor pra mim seria me afastar.

Eu nunca fui de me afastar... aliás, fui sim. Mas isso já tem um tempo. E aos poucos eu estou conseguindo pensar de uma maneira mais tranquila, de que se você estiver meio confuso e pra baixo, tá tudo bem. Talvez eu só precise relaxar um pouco e tentar esfriar a cabeça.
Mas eu só consigo relaxá-la quando me vejo em outro lugar que não aqui.

Talvez seja hora de partir...

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Ócio Criativo


Chega a madrugada e todo mundo dorme. Mas comigo acontece o contrário. Por mais que tenha trabalhado o dia inteiro, minha mente começa a trabalhar. E aí nasce a vontade.

Vontade de liberar o que me consome, minhas dúvidas e anseios.
Vontade de matar essa fome de estar sempre ativo.
De estar sempre cri-ativo.

E hoje mais cedo eu pensava, que assim como eu tive, as outras pessoas tem um momento de despertar. Um momento que define sua vida. Um momento onde algumas convicções escorrem pelo ralo, e vemos que tudo está errado. E então implementamos uma nova maneira de pensar, de agir, de viver.

Alguns tiveram este momento de despertar mediante da dor, da saudade, da perda. Outros mediante extrema alegria e conquista.

Mas até que ponto podemos nos fixar nesta nova maneira de viver?
Como podemos ver que esta mudança foi pra melhor?
Até que ponto devemos ser fiéis à um novo pensamento, enquanto talvez, se olhássemos ao nosso redor, poderíamos encontrar outras formas de pensar que poderiam vir a ser melhores que a atual?

Eu tenho acreditado que a resposta seja a paz de espírito. Mas isso é uma coisa muito frágil para que possamos nos embasar em tal argumento. Somos seres humanos e como tais, somos suscetíveis a diversos acontecimentos, e reações inimagináveis.

Mas creio que sempre, ao mudarmos nossas formas de agir, o fazemos para alcançar um objetivo. Seja uma promoção ou uma pessoa. Seja perder peso ou parar de fumar. Quando alcançamos o objetivo em questão, confirmamos nossa expectativa e, portanto, acreditamos ser esta a forma certa.

Mas o mundo muda, tudo muda. Devemos buscar diversas formas de pensamento, para que possamos sempre progredir em nossa caminhada. Porém tudo tem uma essência única. Devemos manter a luz que ilumina nosso caráter, a energia positiva que move nossos desejos.

"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo."

Acho que, por mais difícil seja mudar, por maior que seja nosso medo de fazê-lo, precisamos resgatar no fundo de nossa essência os valores e qualidades inerentes ao nosso ser. O resto pode ser mudado. Hábitos, religião, estilos musicais. Tudo parte da evolução do nosso espírito perante os acontecimentos da vida. Não devemos e não podemos, quando uma experiência desagradável, retroceder e temer que o futuro nos guarde algo parecido ou pior. Pois aí, nosso espírito forte e guerreiro, torna-se um covarde e morre aos poucos. E deixamos de VIVER, e passamos somente a EXISTIR.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Os caminhos da Vida.




Não sei se posso chamar de Dom ou de fardo.
Na verdade, é como você encara a vida. Então neste caso, pra mim é como um Dom. Essa inquietação mental. Que procura sempre pregar peças nela mesma enquanto percorre seu caminho perante às respostas. E tudo isso remete à uma personalidade que não consegue ficar sem expressar-se. E utilizo todos os métodos ao meu alcance para que isso aconteça. Para que eu possa colocar para fora tudo que absorvo, tudo que coloco para dentro. Tento passar como as coisas que acontecem à minha volta são, por mim, interpretadas. Então escrevo. Escrevo não na necessidade de ser visto, aplaudido, criticado, comentado. Escrevo porque escrevo. Porque me sinto bem. E a grande questão de nossas vidas é essa. Sentir-se bem. É o que realmente importa. Sermos felizes. A busca pela felicidade. E toda palavra que compõe uma oração que escrevo tem sentimento, tem amor. E o que somos sem amor? Apenas uma carcaça que perambula pelo mundo. Então, esse é um pouco de amor que procuro transmitir pra quem me lê. Entendendo ou não, o que importa é sentir. Até mesmo porque cada um tem sua própria interpretação dos fatos que o cerca. Por isso, feche os olhos e imagine-se abrindo as asas e voando em direção à liberdade. Pois somos livres quando nos expressamos. Feche os olhos para o mundo e abra-os para enxergar sua alma. Somos livres para fazermos o que quisermos. Temos o poder de escolher entre os caminhos que a Vida nos proporciona.