domingo, 6 de julho de 2008

A fagulha inicial

Eu não sou o tipo de compositor que para e pensa: "Vou sentar aqui e fazer uma música". Não é bem assim que funciona comigo. Claro que às vezes eu me forço a fazer isso senão uma música fica inacabada, parada sem mexer por dias, meses. E ainda tenho várias neste estado. Mas para um compositor, o elixir da sensação de escrever é quando simplesmente tudo vem na sua cabeça de uma hora para outra. Quando você se pega pensando em alguém, ou em um acontecimento da sua vida que sempre te faz rir. São as pequenas emoções. Um sorriso escondido, um olhar, um "dar as mãos", uma voz, um perfume. São os pequenos detalhes que transbordam o maior dos sentimentos. E são os pequenos detalhes que sempre são a fagulha inicial do meu processo de criação. E quando tudo flui, que em questão de minutos você escreve um sentimento tão forte de uma forma tão bonita e limpa, é como se tudo fosse mágico. Surreal.

Gosto também de tentar captar da música de outros compositores o sentimento imerso dentro dela. Pois música, na maior parte, é feita com o mais puro sentimento do ser humano. E é por isso que gostamos tanto. As pessoas se enxergam nela, confortam-se, correspondem-se. E isso é o mais sublime de toda a história. Se você prestar bem atenção, você consegue captar a essência da música. Seja em Miles Davis ou Caetano Veloso. Seja em Ben Harper ou Tupac Shakur. Qualquer seja o estilo, uma coisa é fato: Quando a música é feita com o coração, você consegue senti-la tocar sua alma. E é por isso que eu não gosto de usar tanto minha razão em prol da Arte. Pois acho que Arte em si, é feita com o que temos de melhor. É feita com, acima de tudo, muito amor.

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